sexta-feira, 8 de julho de 2011

Viagem Fatal*** Diante do Espelho***Viandante


Viagem
Fatal


Vaticinaram que morreria carbonizado. Por isso, não viajava de avião. Ia pela estrada, ar condicionado ligado, vidros fechados... Não ouviu o estrondo do choque do caminhão de combustível desgovernado contra seu carro.




Diante do Espelho

Hirta, sentada diante do espelho, viu sua vida nele refletida. Trinta anos de total dedicação: filhos, marido, trabalho. Levantou-se. Era um autômato. Saiu da casa. A noite a engoliu.




Viandante


Trôpego, ele perambulava pela cidade na fria madrugada. O silêncio retumbava em seu cérebro. Até a lua o acompanhava, tentando protegê-lo. Intensa dor. Desnorteado, parou, pensou... Nada...
Perdera-se de si mesmo.

Mardilê Friedrich Fabre

Imagens: Google


3 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Três contos mínimos.
Três verdades máximas, basta ler, não é preciso reflexão.
Mardilê não é só poeta que ama e domina o minimalismo, nos poetrix e haicais. Acaba de provar que na prosa também é muito expressiva.

Carinho,
Jorge

CeGaToSí® disse...

Realmente é um prazer cá estar a ler dos teus textos, mesmo no silêncio, na [surdina] que sempre faço sem alarde. Venho aqui ofertar meu carinho aos teus convites semanais e absorver dos escritos, das entrelinhas que libertam as emoções e os sentimentos.
Parabéns Mardilê
CeGaToSi

Anônimo disse...

Ah é sempre bom ver no meu e-mail que tem uma atualização sua. E é sempre surpreendente quando eu clico no link e caio aqui.

Obrigado Mardilê

Beijos.