domingo, 13 de março de 2016

É fato consumado


A solidão tornou-se minha companheira.
Um rosto envelhecido
No espelho refletido
De outro, jovem, é apenas cópia grosseira.

A juventude deu lugar à senescência.
Nãocomo negar,
O tempo tem de andar.
Vai longe a leviandade da adolescência.

Atinge-me fundo o vazio das perguntas.
As bocas que detêm
Respostas que não vêm,
Vozes que deveriam falar calam juntas.

Com o olhar impaciente esquadrinho o infinito.
Por que não cessa a dor
E retorna o esplendor?
É preciso sair sentimento maldito.

Com as mãos postas em prece espero perdão.
As notas musicais
Abafam tristes ais
Enquanto o anjo conduz a sincera oração.


Mardilê Friedrich Fabre

Imagem: br.freepik.com

3 comentários:

renate gigel disse...

Transcrito meu pensamento,
teu parecer me serve de alento....
bj

re

Unknown disse...

Belíssimo poema. Parabéns. Ilda Brasil

Jorge Sader Filho disse...

Só as crianças pensam que o céu é sempre azul, Mardilê. Azul sem nuvens...
Grande abraço