sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Sintonia



Minto para mim mesma,
Desvio os pensamentos das lembranças
Das nossas noites atrevidas,
Dos teus abraços acalentadores,
Da tua boca ansiosa,
Das tuas mãos inquietas,
Do teu corpo ondulante de regozijo.

A poesia transborda de ti,
Rega-me de felicidade incontida.
És palavra viva
Que me cativa
E migra para minh´alma

Entre a bruma da manhã,
Apareces como se nunca te afastaras de mim
E do meu carente coração.
Escuto o eco da longínqua
Melodia da esperança
Que não me permite controlar
A indiferença estigmatizada da ternura.

Acreditar na tua volta
É quase impossível...
Mas... estás na minha frente.
O sorriso inflamando-me o peito.
Minhas faces vermelhas condenam-me.
Num milésimo de segundo a razão prevalece,
Dura pouco a lucidez...
Basta que a tua mão
Toque a minha numa proposta muda,
Carregada de afetividade,
Emanada do teu seio inviolável,
Para todo o meu ser
Vibrar na mesma sintonia do teu.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: closetopaolaoliveira.blogspot.com

2 comentários:

Jorge Sader Filho disse...

Corpos vibrando numa só sintonia, foi o ponto alto deste poema, Mardilê.
Abraço.

Anônimo disse...

Belíssimo e encantador. Parabéns. Ilda Maria Costa Brasil