sábado, 28 de abril de 2018

Filha do Amor



Minha alma flutua
Num grande vazio.

O sol abandona
O mundo perverso.

E lágrimas tombam
De nuvens pesadas.

Não matam, no entanto,
A dor que ora sente.

Do sólido atinge
O abstrato infinito.

Busca a luz da vida
No túnel da noite.

Os sonhos, pedaços
De versos, retornam.

Lampejos de instantes
Substituem tristezas.

O azul transparente
Realça os sentidos.

E o olhar matizado
De amor desfaz mágoas.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: perdidananet.zip.net

Teoria deste tipo de poema:
https://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2018/04/breve.html

sábado, 21 de abril de 2018

Bálsamo da vida



A vida seguia devagar...
Monótona... tediosa...
Num traçado reto,
Sem curvas, nem subidas,
Nem pedras no caminho...
O coração já se acostumara
À mesmice dos dias sem graça.

Não havia sonhos nas margens infinitas.

Até que... certo dia...
Apareceu-lhe sem ser chamado
Um amor pulsante de afetos.
Nela reverberou a música
Da partitura composta
Em momentos coloridos e brilhantes
De um tempo diáfano.
"Impossível", segredou-lhe a razão.

Indecisão passageira.

Para o amor não existem empecilhos.
Toda uma vida em lampejos,
Acendiam e apagavam como vagalumes
À procura de sentido para continuar...
Ainda hesitante, deu-lhe guarida,
Permitiu que se alojasse,
Não podia perdê-lo outra vez.
Seria como morrer sem alcançar
A claridade do bálsamo de ternura.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: A Soma de Todos os Afetos


sexta-feira, 13 de abril de 2018

E...é amor





Os olhares se entrecruzam
Por um só minuto infinito, contérrito...
Descoberta inesperada.

Suficiente para unir almas,
Distante no tempo de vidas autônomas,
E acordar amor secreto.

Eternizado no tempo,
Sentimento puro com desejo cálido:
Viver em um coração.

Entrevista nos olhares,
Some solidão nas declarações cúmplices
E nos sonhos reveladdos.

Não importa quanto dure...
Pode ser que um dia desapareça límpido,
Frágil de tanta saudade.

Ficarão lembranças boas
Dentro de cada alma, deste amor incógnito,
Romântico e natural.

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: kronervijesti.info

Teoria sobre este tipo de composição literária:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2015/05/corola.html

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Nós Dois




A lua vaga seu alvor.
Teus olhos invadem meu ser.
Nós dois num silêncio opressor.

Ao longe, a natureza canta,
E as horas chegam ao amanhecer,
E a fala presa na garganta.

Olho-te atônita, abismada,
E tu, quieto, sem dizer nada.

Nós dois frente a frente chorando,
As mãos aos poucos se afastando...

Mardilê Friedrich Fabre
Imagem: Amor!!!
Teoria sobre este tipo de poema:
http://comocriarpoemas.blogspot.com.br/2014/11/elidram.html